dessa vida não tenho culpa
vivo-a sem esperança,
mas nunca fujo de uma luta.
Muito novo fui abandonado
não procuro saber e nem julgo
qualquer que seja o culpado,
pois hoje sou uma criança de rua
vivendo numa realidade cruel,
realidade essa nua e crua.
Não culpo Deus nem o destino
por fazer a tristeza invadir um pobre menino
sou quem sou e não me engano
é o que tu és não quem tu nunca serás
porque um dia quando perceber
num pesadelo acordarás.
Às autoridades políticas, poderosos do capital
o mundo hoje sofre, sofre com esse mal,
mal do dinheiro, luxo, boa vida
sem esforço ficam ricos, roubam, traficam entre si,
máfia organizada e tudo isso
porque não sabem na pele
o que é ser uma criança abandonada.